Quase um mês depois dos temporais que atingiram a região e deixaram estragos em vários bairros de Santa Maria, a população atingida pelos estragos ainda não pôde sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O benefício não está disponível porque, apenas na quinta-feira, a prefeitura encaminhou à Caixa Econômica Federal a documentação com o levantamento das famílias prejudicadas.
Veja quais documentos são necessários e como solicitar o saque do FGTS
O secretário de Ação Comunitária e coordenador da Defesa Civil de Santa Maria, Adelar Vargas, defende que a prefeitura está dentro do prazo estipulado, que era de cerca de 30 dias, para encaminhar a papelada. Segundo ele, o levantamento completo das famílias fez com que o processo levasse mais tempo.
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Como foram dois temporais em sequência, precisamos preencher dois formulários de informações de desastres para ter o reconhecimento de emergência. Além disso, as assistentes sociais precisaram passar nas casas de todas as famílias para fazer o levantamento, o que dificultou o processo. Mas precisamos fazer isso para entregar o relatório o mais completo possível afirma Vargas.
Prejuízo de R$ 4 mil
A demora preocupa a família do pedreiro Gilmar Cavalheiro Gomes, 29 anos, que perdeu boa parte dos móveis no temporal do dia 8 de outubro. Segundo ele, guarda-roupa, sofá, máquina de lavar e muitos outros bens tiveram de ser descartados pois a água que invadiu a moradia, na Rua Ijuí, no bairro Caturrita, atingiu cerca de 80 centímetros. O pedreiro, que mora com a mulher e a filha, estima um prejuízo de R$ 4 mil com o temporal.
Recebemos algumas doações, como o sofá, mas não temos condições de comprar o restante dos móveis. A gente não vê a hora de tirar o dinheiro. Contamos com esse valor para recuperar o que a gente comprou depois de muito trabalho lamenta Gilmar.
Em outros municípios, como Canoas, na Região Metropolitana, já há data para o encaminhamentos dos documentos. A partir do dia 11 de novembro, as famílias cadastradas poderão encaminhar a liberação do fundo para consertar os danos.
Análise dos documentos
De acordo com o levantamento da prefeitura, 431 famílias estariam aptas a retirar o dinheiro do FGTS. No entanto, segundo a Caixa, isso não significa que todas conseguirão fazer o saque, que ainda não tem data para ser realizado, já que é preciso que a pessoa cadastrada tenha vínculo empregatício e saldo em conta para realizar o resgate, entre outros quesitos.
A partir de agora, com a entrega dos documentos, a Caixa fará a análise dos arquivos entregues pela prefeitura e, depois, chamará os moradores para que possam retirar o valor, se comprovados os danos. A partir daí, a Caixa confere as informações para verificar se a pessoa de fato mora na área atingida, conforme a relação repassada pela prefeitura. Se houver a comprovação, um saque de até R$ 6,2 mil poderá ser feito.
Segundo a assessoria, ainda não há dia nem local definido de quando os moradores serão chamados. Segundo a Caixa, um mutirão deve ser feito para que a análise dos documentos ocorra o mais rapidamente possível. Ainda de acordo com o órgão, um profissional da Caixa atuou diretamente com o município para que os documentos tenham sido preenchidos da maneira correta, para evitar atrasos na liberação do fundo.